“Transformar uma ideia em realidade”
É essa a frase que encontrará caso procure o significado de empreender no Google. Mas isso acaba sendo extremamente vago e linear, mais ainda quando tentamos correlacionar a frase com grandes empreendedores e pequenos. Bill Gates não tem, necessariamente, o mesmo objetivo de uma pescador no Rio Amazonas, por exemplo.
O que acontece, na realidade, é que existem diversos tipos de empreendedores pelo mundo. Nós separamos 5 desses, confira:
1. O empreendedor de estilo de vida
Esse é o cara que quer fazer o dele, não atrapalhar ninguém, ficar longe de estresse e aproveitar a vida do seu jeito. Normalmente estes estão espalhados em pequenas cidades, seja ensinando surfe, esqui, violão ou gerenciando um pequeno pub londrino onde seus amigos vão lá todo dia beber um pint com ele. Ele claramente não visa maximizar seu lucro e nem quer saber de escalabilidade. Ele quer pagar as contas e relaxar. Inclusive provavelmente gostará de ficar bem longe de consultorias e investimentos de terceiros!
2. Os Mark Zuckerbergs
Estes são pessoas “atuais”, normalmente muito ambiciosas, tecnólogos, e que não tem medo de empreender sabendo que tem 90% de chance de, antes de fazer a empresa decolar, explodir o foguete e abrir uma cratera enorme ainda no chão. Dentro desse perfil, podemos ressaltar dois extremos importantes:
Próximo Facebook: você quer fazer o próximo facebook? Então provavelmente está pensando principalmente em ganhar milhões e mudar o mundo com seu produto. Ótimo! Você terá que buscar um investidor tão louco quanto você (assuma, você é meio louco 😉 ), validar um modelo de negócios escalável e pisar no acelerador como nunca antes! Isso normalmente envolve conseguir levantar ainda mais dinheiro para chegar lá. Vale destacar que essa é a grande minoria das startups, mas costuma ter mais holofotes em cima.
Nasceu para morrer: outro tipo de Mark é o que quer validar o produto e vender a empresa o mais rápido possível. Ao invés de conseguir um retorno multi milionário em dez anos, ele conseguirá um acordo bem menor em bem menos tempo e venderá sua empresa ao Google, Facebook ou outra maior. Essa nova categoria surgiu devido ao fato de que o custo para se desenvolver um primeiro produto, hoje, é MUITO mais baixo do que era antigamente, seja pelos métodos utilizados, pelo fato de haver investidores querendo testar esse nicho ou simplesmente por diversas opções para baratear o custo de testar hipóteses de produtos. Esses procuram investidores diferentes e podem se preocupar muito mais no encaixe do produto com o mercado, pois não pretendem ter uma grande equipe, pensar tanto no crescimento, etc.
3. Intraempreendedores
Os “Intrapreneurs” trabalham em empresas grandes e utilizam todos os recursos que tem lá dentro para inovar e gerar mais valor. Eles têm sido apontados como solucionadores dos problemas das grandes empresas, inclusive gerando programas de intraempreendedoríssimo dentro das próprias organizações. Pessoalmente conheço poucos, portanto meu julgamento fica em cima do estereótipo (complementem o post no final para melhorá-lo!), mas vejo pessoas muito engajadas com a cultura da empresa e que tem o ótimo vício de se cobrar muito mais do que a empresa o faz.
Apesar de estarem numa situação aparentemente confortável, eles possuem uma missão muito difícil de, dentro de uma estrutura naturalmente engessada, conseguir gerar os produtos do futuro. Imagina que ele concorre exatamente com o “Nasceu para morrer” aqui em cima, mas provavelmente terá que passar por diversas autorizações para mudar o plano inicial, fazer jogo político dentro da empresa e muitos outros. Por isso, normalmente o que acontece é que eles realmente compram as que nasceram para morrer, incorporam no portfólio e seguem a vida! O único problema é que eles ficam dependentes dessas outras startups, o que pode encarecer muito a compra.
4. Donos de Pequenos Negócios
Estes são o tipo de empreendedor responsável por empregar por volta de 60% dos brasileiros e tem como objetivo maior alimentar a família, atender bem o cliente e gerar empregos. Apesar de muitos verem esses negócios com pouco glamour, vale destacar o papel importante que tem no desenvolvimento do Brasil e, por ter tido contato com muitos deles, posso dizer que são verdadeiros guerreiros! Não que os outros tipos de empreendedores não sejam, mas esses são os raçudos que raramente são reconhecidos e que afetam muito positivamente nosso dia a dia. Afinal, quem acordou às 4:30 da manhã para fazer o pãozinho que você comeu hoje e comprar o peixe que você comerá no almoço?
Esse perfil costuma levantar dinheiro da própria conta e/ou da sua família/amigos, não quer escalar seu negócio, não quer ser o próximo Eike e tampouco estão por dentro das novidades. Enquanto as startups digitais normalmente apresentam como maior problema a falta de problemas (não tem clientes para reclamar, ficar inadimplentes ou uma grande equipe para gerenciar), os Donos de pequenos negócios têm problemas para dar e vender! É roubo, policial corrupto, fiscal, cliente e funcionário processando e tantos outros! Vejam só a diferença do dia a dia dos perfis e suas necessidades!
5. Empreendedores Sociais
Por fim, mas certamente não menos importante, estão os empreendedores sociais. Estes tem como objetivo gerar impacto positivo na sociedade. O que os move é uma missão verdadeira e, pela minha experiência, são pessoas incríveis, muito positivas e com um brilho nos olhos inspirador.
Eles enfrentam os problemas de muitos acharem que eles são “bichos grilo” ou hippies, tem o preconceito que existe com relação ao assistencialismo e ONGs agindo contra e, por isso, muitas vezes brigam muito para encontrar investimento e conhecimento acessível. Falta investimento porque são poucos os investidores que não estão pensando apenas em ter mais e mais dinheiro para investir, e falta conhecimento, pois o mesmo normalmente é caro.
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