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Foto do escritorSérgio Moreno

SOPHIA AMORUSO, DE CATADORA A EMPREENDEDORA MILIONÁRIA

Sophia Amoruso poderia ser chamada de 'Cinderela da tecnologia'. Em 2006, então com 22 anos, a americana abandonou os estudos e a casa dos pais, rodava os Estados Unidos de carona revirando lixo nas ruas, furtava lojas e trabalhou em funções medíocres só para garantir o seguro-saúde. Ao mesmo tempo, ela decidiu explorar seu interesse por moda vintage e abrir um brechó virtual no eBay - nascia então a Nasty Gal (algo como 'garota indecente' em tradução livre, inspirada num disco de Betty Davis de 1975 - não a atriz, mas a elegante cantora que se tornou um símbolo do funk). "Aprendi na marra que roubar e não trabalhar duro não é uma boa maneira de viver. Foi o que deu o pontapé inicial, mas de uma forma mal direcionada. Não me orgulho do que fiz, mas foi importante para a minha formação. Quebrei um monte de regras, mas também cresci e transformei em experiências positivas", diz ela.

Atenta às oportunidades de compra e venda, ela passou a usar amplamente as redes sociais. As vendas se multiplicaram. Em 2012, a marca vendeu US$ 100 milhões. Dois anos depois, foi inaugurada a primeira loja física em Los Angeles - hoje já são duas -, e Sophia comanda 350 funcionários. A história da Cinderela urbana acaba de ser lançada no Brasil através do livro #GirlBoss (editora Seoman), um misto de autoajuda e guia de negócios. A Nasty tem um séquito de leais seguidoras entre as mulheres da faixa dos 20 anos - mais um de um milhão de seguidores no Facebook e mais de 600 mil no Instagram, fazendo das redes sociais sua maior aliada. "A empresa hoje atrai mais de sete milhões de visitas ao mês. A comunicação é uma ferramenta importante e temos abraçado todas as oportunidades de plataformas inovadoras. A presença de Nasty Gal é muito forte em mídias sociais e realmente olho para os nossos seguidores para entender o que eles querem e até os convido a tomar decisões", diz Amoruso, que recentemente comprou um Porshe - pagou à vista - e reformou a casa de seus sonhos.

Quanto ao Brasil, as fãs do site terão que esperar por uma remessa dos correios ou por uma loja física. "O Brasil, por enquanto, não está nos nossos planos, mas estamos trabalhando para expandir internacionalmente na direção certa", afirma.

Entrevista com a empresária

De uma vida simples, passando pelo lixo e até mesmo pequenos furtos. Como e tornou uma CEO de sucesso?

Eu realmente tive que aprender que roubar e não trabalhar duro não é a forma de viver. Para mim foi uma grande lição. Não me orgulho do que fiz, mas era importante para aprender. Sempre aprendi com os meus erros e consegui isso trabalhando duro. Uma das minhas frases favoritas é a de George Bernard Shaw que diz: "A vida não é sobre encontrar-se. A vida é sobre a criação". Acredito que a sociedade gasta muito tempo seguindo regras. Claro, quebrei um monte delas, mas também cresci a partir delas e foram transformadas em experiências positivas. E essa é, provavelmente, a maior lição a aprender com a minha história.

Como você definiria o sucesso?

Sucesso é um conceito assustador, porque ele tem fim. Acho que somos todos capazes de criar sucessos em nossas vidas todos os dias. Se algo não der certo e você aprender com o erro, você ainda foi bem sucedido.

Quais foram as maiores dificuldades que você enfrentou nos tempos difíceis?

Focar. Quando você começa a ser uma grande empresa, você tem que permanecer fiel a quem você é e ficar ligado à essência da sua marca. Você não quer ficar presa em reuniões a maior parte do tempo. Você quer ter tempo para ser criativo, com visão de futuro e olhar além. Você precisa de tempo para nutrir todas as facetas de um negócio e isso pode ser muito difícil.

Como surgiu seu interesse por moda?

Se você me visse há oito anos, eu usava um uniforme. Sempre usei calça de cintura alta e uma camiseta de rock vintage e nunca vestidos. Meu estilo evoluiu muito com o resultado da Nasty Gal.

Hoje você é a chefe de um verdadeiro império. Qual a dica para iniciantes?

Sempre acreditar no potencial e oportunidade de fazer algo grande em sua vida. Imaginação existe em todos nós, basta criar coragem e sonhar alto. E não tenha medo de se sentir sozinha e deixe seus pensamentos serem seu guia.

Você viu uma grande oportunidade quando começou Nasty Gal?

Nunca fui treinada e nunca pensei, "oh, aqui está uma grande oportunidade". Foi muito intuitivo e tudo centrado no que os meus clientes respondiam online. No eBay eu trocava tudo, desde o transporte à logística. E-commerce significa que qualquer um pode ter uma loja online, mas se tornou um espaço muito maior e, como comecei cedo, tive vantagem. Muitas pessoas vendem online, mas nem todos construíram uma marca, uma vida.

Como surgiu a ideia de contar sua história num livro?

Muitas garotas no meu Instagram imploram por um emprego e eu gostaria de contratar todas. Mas o melhor que posso fazer é dar dicas de como conseguir um emprego ou criar seu próprio negócio contando que tipo de pessoa eu gostaria de contratar. A minha história não é tradicional, mas eu aprendi um monte de coisas ao longo do caminho que eu quero compartilhar.

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