É impossível negar que Steve Jobs é um dos maiores (o maior, para muitos) gestores da história. Ele é uma figura póstuma que ainda cativa muitas pessoas, principalmente no ramo empreendedor. Steve Jobs deixou para trás uma das empresas mais bem avaliadas do mundo, uma revolução desde na tecnologia até o entretenimento, e, o mais importante, um legado absoluto de lições gerenciais.
Mantenha o foco
Após retornar à Apple em 1997, Steve Jobs encontrou-a à beira da falência. Produzindo uma coleção inconsistente de computadores e aparelhos periféricos, a empresa perdeu o foco, e perdia rapidamente a relevância.
Então, após semanas de reuniões desgastantes, Jobs emitiu um sonoro “basta!”, pegou um pincel atômico, caminhou descalço até um quadro branco e lá desenhou uma tabela com quatro quadrados. Dentro de cada um, escreveu “consumidor”, “pro”, “desktop” e “portátil”. Afirmou que era apenas daquilo que precisavam, e as equipes deveriam se dedicar àqueles quatro grandes produtos.
Claro que a ideia foi recebida com muita apreensão pelos executivos da Apple. Mas, ao focar na produção de apenas quatro computadores – e a essa tarefa, sim, dedicar toda atenção e talento disponíveis -, Jobs salvou a empresa. Este seu pensamento é resumido pela famosa frase:
Decidir o que não fazer é tão importante quanto decidir o que fazer.
Simplifique
O primeiro folheto promocional da Apple declarava que “a simplicidade é a máxima sofisticação”. E para que você entenda o que isso significa, é só comparar qualquer software da empresa de Steve Jobs com qualquer outro; tanto a interface como a usabilidade são tremendamente mais simples, mais intuitivos, mais… minimalistas, para ficarmos em um termo da moda.
Esse princípio acompanhou Jobs por toda sua vida. Desde quando resolveu desenvolver um mouse com apenas um botão, enquanto todos os outros tinham dois ou três, até a concepção de um desktop que consistia apenas no monitor, sem a “torre” dos outros modelos.
Mas Steve Jobs sempre buscou a simplicidade que vem da conquista da complexidade, e não do seu desconhecimento.
É um processo árduo, muito trabalhoso. “Para ser verdadeiramente simples, é preciso ir muito fundo”, afirma Johnathan Ive, designer industrial e alma gêmea de Jobs na busca pela simplicidade. Foi assim com todos os produtos que desenvolveu: no caso do iPod, Steve Jobs e sua equipe quebraram as cabeças para que o usuário conseguisse o que quisesse com apenas três cliques.
E foi assim em todas as indústrias que “perturbou”. Jobs sempre se perguntava quais dessas indústrias estava lançando produtos mais complicados do que o necessário; e, ao identificá-las, para elas dirigia toda a sua concentração, toda a sua intuição para descomplicá-los.
Quando ficar para trás, pule por cima
O que distingue uma empresa inovadora não é só propor novas ideias antes das concorrentes. Ela também precisa saber como dar um salto quando percebe que ficou para trás.
Isso aconteceu com a Apple na ocasião em que a empresa desenvolveu o iMac original: Jobs empenhou-se para tornar o dispositivo o melhor no que dizia respeito à edição de fotos e vídeos, mas foi rapidamente ultrapassado na questão de como o usuário lidava com a música (o iMac não gravava CDs).
Então, em vez de simplesmente aprimorar o equipamento para alcançar os outros, Steve Jobs resolveu dar o salto: criou um sistema integrado que permitia aos ususários comprar, armazenar, administrar e tocar música do que qualquer outro: o resultado foi o surgimento do iTunes, da iTunes Store e do iPod.
Ponha sempre os produtos na frente do lucro
Desde os primórdios, quando Steve Jobs e sua pequena equipe desenvolveram o MacIntosh original no começo dos anos 80, a premissa era: “fazer algo absurdamente bom”. Jamais mencionou-se “maximização dos lucros” ou decisões para “majorar o custo-benefício”. Como se sabe, Jobs sempre se dedicou, acima de tudo, a desenvolver bons produtos; os lucros seriam consequências.
Ele acreditava firmemente que, quando uma empresa começa fazendo ótimos produtos e depois “o pessoal do marketing e das vendas toma conta”, ela estará fadada a se declinar, pois a prioridade se torna o lucro. O desenvolvimento de produtos perde importância, e isso pode ser fatal.
Incentive a perfeição
Dentre as características de Steve Jobs, uma das mais admiradas e temidas era o seu perfeccionismo. Era sua busca pela perfeição que o fazia ser um líder sobretudo duro e intransigente, obrigando suas equipes a recomeçarem processos já quase concluídos por conta de detalhes.
Aconteceu com o filme Toy Story que, já em fase final avançada de produção, acabou sendo reescrito por Jobs e o diretor, John Lasseter, por conta da instatisfação destes com o resultado até então. E aconteceu com o design inicial do iPhone, do qual Jobs se deu conta não gostar nem um pouco. Então, de volta à prancheta.
E, a julgar pelo estrondoso sucesso destes dois exemplos, dá para entender como podemos sempre aprimorar algo que já parece perfeito. Sempre há uma nova perspectiva a ser abordada, uma nova pergunta a ser feita.
E todo esse pensamento é traduzido por aquela máxima que talvez melhor descreva o espírito profundamente revolucionário de Steve Jobs; que talvez seja sua grande contribuição para empreendedores e para, afinal, qualquer ser humano que busque fazer a diferença, que procure “deixar uma marca no universo”.
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